quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

1.2 PRINCÍPIOS ÉTICOS


1.2 Princípios éticos
Atitude ética verdadeira consiste em estar consciente de que tanto os animais quanto os seres humanos nascem, crescem, reproduzem-se, sentem e morrem, ainda que somente os últimos raciocinem (SCHNAIDER e SOUZA, 2003).
Ademais, já no início do século XX, a Psicologia estabeleceu comparações muito esclarecedoras entre a alma humana e a animal, surgindo então a Biopsicologia; a Biopsicologia, por sua vez, conduz inexoravelmente à Bioética, isto é, até a aceitação de obrigações morais não apenas para com os homens, e sim para com todos os seres vivos (JAHR, 1927).
Com a ética, procura-se mostrar o caminho de volta do homem para a natureza, ensinando que ao respeitar os direitos e as diferenças entre as espécies talvez possam ser superadas as suas próprias diferenças (SCHNAIDER e SOUZA, 2003).
Durante muitos anos as pesquisas baseadas na experimentação animal não foram suficientemente questionadas devido ao seu alto impacto social, tais como as que possibilitaram o desenvolvimento das vacinas para raiva, tétano e difteria (GOLDIM e RAYMUNDO, 1997).
Os progressos da ciência médica foram atribuídos então única e exclusivamente às experimentações nos animais, esquecendo-se dos fatores sociais e higiênicos que intervieram. Estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa indicam que 90% dos fatores que determinaram o aumento da longevidade do ser humano devem-se sobretudo ao estilo de vida, ao meio ambiente e à hereditariedade, enquanto somente 10% dependeriam da assistência médica (VERGARA, 2001).
Mormente, aos olhos de incontáveis pesquisadores, os animais tornam-se eticamente neutros, como se fossem meros objetos descartáveis, e como se a experimentação animal fosse o único meio para a obtenção de conhecimento científico (LEVAI, 2004).
O médico francês Dr. Albert Schweitzer afirmou: “O homem pensante deve opor-se a qualquer costume cruel, não importando o quanto este esteja enraizado na tradição ou  envolto em um halo... Precisamos de uma ética ilimitada em que se incluam os animais também” (TRÉZ, 2009).
Muitos pesquisadores desenvolvem trabalhos "científicos" nos quais estão registrados atos de verdadeiras atrocidades cometidas contra os animais. Todavia, pesquisa sem ética não é pesquisa séria (GOLDENBERG, 2000).     
A Revista Acta Cirúrgica Brasileira informa que 95% dos artigos científicos recebidos são de pesquisas em animais de laboratório, sendo que muitos trabalhos não cumprem "os princípios éticos da experimentação animal" (GOLDENBERG, 2000).
            O trabalho experimental antiético é devolvido ao autor com as recomendações do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal) (GOLDENBERG, 2000), entidade filiada ao “International Council for Laboratory Animal Science” (ICLAS) (GOLDENBERG, 2000); entretanto, a simples leitura dos princípios norteadores à prática da experimentação animal lá descritos dá margem a diversas interpretações.
São tantas as interpretações que muitas experiências têm ocorrido com animais de forma claramente mal-planejada e mal conduzida, denotando um grau variado de conhecimento, ética, coragem e vontade entre a comunidade científica (REZENDE, PELUZIO e SABARENSE, 2008).

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