1.2.5 Novos modelos didáticos
Há um movimento crescente em defesa de uma educação ética e
de alta qualidade na biologia, na medicina humana e na medicina veterinária
(TRÉZ, 2009).
Nesta nova tradição de ensino,
os estudantes aprendem através de uma combinação de diversos métodos, como
modelos anatômicos artificiais, simulações computadorizadas, autoexperimentação
e experimentação entre colegas (TRÉZ, 2009).
Quando a experiência direta com animais torna-se necessária,
os estudantes observam então animais vivos, intervêm positivamente em animais
doentes e utilizam os corpos daqueles que tiveram morte natural (TRÉZ, 2009).
Nas universidades de
diversos países, existe um programa educativo de recepção de cadáveres de
animais mortos por causas naturais para estudos, sobretudo para o curso de
medicina veterinária; os donos destes animais sabem que a sua doação evitará
sacrifícios de animais sadios para os experimentos, e profissionais mais
sensíveis são preparados, posto que os estudantes sabem que estão conduzindo
experimentação em animais que tiveram donos que se preocupavam com eles, ao
invés de utilizar animais oriundos de biotérios, centros de controle de zoonoses ou abrigos, que tratam os animais
sob a sua custódia como mercadorias descartáveis (KIGHT, 2002).
Já os estudantes de medicina não
necessitam treinar técnicas cirúrgicas em animais, posto que não operarão
animais na sua carreira futura, seja qual for a especialização escolhida; para
eles, os melhores recursos substitutivos para tais práticas são o
acompanhamento de cirurgias humanas em clínicas e hospitais, primeiramente com
observação e posteriormente com estágios em intervenções simples
criteriosamente supervisionadas por cirurgiões experientes, avançando em
seguida para intervenções sucessivamente mais complexas. Assim é o aprendizado
de cirurgia em muitos países, como Estados Unidos e Inglaterra (TRÉZ, 2009).
Segundo Jane Smith, do Departamento de Ciência e Ética
Biomédica da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, de acordo com os termos
da lei de 1986, animais vivos não podem ser utilizados por cirurgiões ou outros
para aprender ou aperfeiçoar as suas técnicas. Estudantes de medicina e
veterinária devem aprender cirurgia através do aprendizado, trabalhando sob
supervisão em pacientes (humanos ou animais, dependendo do caso) que necessitem
de tais procedimentos. O Prof. David B. Morton, seu colega, sentencia, por fim:
“todos os cirurgiões britânicos aprendem cirurgia sem a utilização de animais
vivos” (TRÉZ, 2009).
Nenhum comentário:
Postar um comentário